O Brasil com seus 1.720.700 quilômetros de rodovias faz do transporte rodoviário o principal meio de deslocamento de cargas e pessoas, atingindo o status de ser um dos principais contribuidores do Produto Interno Bruto (PIB), por isso a importância de realizar o seu gerenciamento de risco.
Com base nessas premissas, vemos que a logística de transporte e distribuição apresenta diversos desafios, especialmente pela pluralidade de acontecimentos em decorrência das dimensões continentais brasileiras.
Nesse sentido, primeiramente existe a necessidade de uma boa comunicação entre todos os envolvidos nas operações logísticas, para que haja o acompanhamento e diluição do risco assegurados pelas informações on time. Especialmente porque, dada intangibilidade do serviço, este é o único meio pelo qual pode-se garantir a sua qualidade.
Executar o gerenciamento de risco através do monitoramento é um fator que vai além da segurança, pois assim a empresa também consegue alinhar as diretrizes estratégicas e operacionais.
Os riscos envolvidos no transporte rodoviário são diversos, objetivos e até mesmo subjetivos, porém a título de exemplificação e de dados estatísticos disponíveis para consulta, serão apresentados os relacionados com o roubo de cargas no estado de São Paulo de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Importante ressaltar que a atualização e a consolidação dos dados estão atualizados até Agosto/2022.
E a título de números absolutos, em termos de valores, a nível Brasil, o Diário do Comércio reporta que o roubo de cargas representou um prejuízo de R$ 1,27 bilhões, enquanto que a nível dos estados, a região Sudeste concentrou 82% das ocorrências.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o gerenciamento de risco seria
“um processo de natureza permanente, estabelecido, direcionado e monitorado pela alta administração, que contempla as atividades de identificar, avaliar e gerenciar potenciais eventos que possam afetar a organização, comprometer o seu desempenho e o alcance dos objetivos institucionais; portanto, destina-se a fornecer segurança razoável quanto à realização de seus objetivos.”
Podemos entender o risco como todos os fatores diretos ou indiretos que podem culminar com o não cumprimento do que foi previamente acordado. No transporte rodoviário podemos citar:
É importante que o gestor tenha ciência de quais são os principais riscos de acordo com o negócio da empresa e o acesso a dados estatísticos – outro aspecto principal e até anterior ao gerenciamento de risco.
Ou seja, a otimização das atividades levam ao melhor atendimento ao cliente e à redução dos custos.
O gerenciamento de risco no transporte rodoviário é uma das opções para alcançar a eficácia operacional, somado ao treinamento e capacitação das equipes para um alinhamento entre todos os departamentos a fim de manter o foco na satisfação do cliente. O método torna possível verificar os pontos que impactam a movimentação das cargas, a gestão dos custos envolvidos e como se pode reduzi-los.
Oportuno entender que, mesmo que os embarques apresentem as mesmas características, deve-se analisar cada operação de forma única, do mesmo modo que o plano de ação deve ser específico. Generalizar acaba sendo um erro porque não leva em consideração a especificidade das ações necessárias.
Por exemplo, é necessário uma empilhadeira específica, logo presume-se que ela estará disponível, porém no momento da ação descobre-se que ela está em manutenção.
Dessa maneira, listamos abaixo três aspectos que são a base fundamental para um bom gerenciamento:
É a fase na qual deve ser detalhado como será realizado o transporte. Ou seja, coleta de dados, estatísticas, levantamento de restrições e necessidades especiais, tais como estrutura, equipamentos, mão de obra especializada, batedores etc.
Gerenciar o risco não quer dizer extingui-lo, mas que possa ser analisado e minimizado. Desse modo, na hipótese de um caso fortuito, é necessário ter um plano de ação para reduzir os impactos dele provenientes e/ou executar uma alternativa.
A partir das estratégias traçadas se faz necessário o acompanhamento de forma a garantir o planejamento inicial, bem como trazer mais segurança para as operações. Sendo que hoje com a evolução tecnológica existem diversos meios para realizá-lo, como por exemplo o rastreamento por GPS.
A tecnologia utilizada no gerenciamento de risco no transporte rodoviário trouxe a possibilidade de as empresas executarem suas atividades de forma assertiva, bem como monitorarem e, com isso, fazerem as devidas adequações e ajustes para evitar retrabalho e custos extras.
Como consequência, elas conseguem eliminar interrupções que anteriormente paravam a execução das tarefas e por consequência culminavam em gargalos.
Dessa maneira, o uso da tecnologia permite à empresa focar no desenvolvimento do colaborador, a fim de estimular o pensamento analítico e gerar vantagem competitiva pela melhoria contínua das atividades.
Os benefícios são alcançados através do aumento do nível de segurança e na eficiência e produtividade das entregas, que reduzirão os custos envolvidos na operação.
Dessa forma, a empresa consegue se posicionar de maneira competitiva em um mercado cada vez mais tecnológico e cujo grau de exigência é crescente e constante por parte dos clientes.
Igualmente será possível mensurar o grau de exposição a determinados perigos e riscos e identificá-los antecipadamente, preservando a segurança da operação, tanto das pessoas, como dos bens.
Atuar de forma preventiva no modal rodoviário é sinônimo de um planejamento estratégico bem feito, pois hoje mais de 60% das cargas são transportadas pelas rodovias brasileiras.
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